sexta-feira, 27 de abril de 2012

Afastando de todos o cale-se

      
        Apenas perdoar e esquecer os crimes através da Lei da Anistia criada em 1979, não foi e não é o suficiente. As verdade dos conflitos, torturas não chegaram até a sociedade, mas se há provas ou indícios por onde eles andam?
       Para alguns o que aconteceu na década de 60 não deve ser revisto, pois com a Lei já foram resolvidos os problemas, mas não é o que todos querem. Durante anos o país deixou de resolver crimes contra a humanidade ocorrida na ditadura, o que não ocorreu nos países vizinhos como a Argentina e o Uruguai que ainda vem julgando torturadores daquela época. Pede-se provas, pede-se a verdade.
       A violência que atingia a todos que não aceitavam o regime mostra a agressividade do sistema implantado no Brasil. O sofrimento de algumas pessoas que perderam suas famílias que eram ou não inocentes são os que mais pedem isso. No filme "Pra frente Brasil", enquanto alguns torciam pela seleção brasileira jogando na Copa do Mundo, Jofre é torturado inocentemente, morrendo deixando a família sozinha e sofrendo. Um cale-se se abateu sobre o povo brasileiro através da Lei e também pelo silêncio dos próprios militares que até hoje não revelam os seu atos e não dizem onde estão os corpos ou as pessoas vivas.
       Enquanto os que tiveram perda sofre, os que não querem falar comemoram. Na última sexta-feira 30 de março, a revista "Carta Capital" trouxe que na quinta-feira daquela semana um evento organizado por militares que se reuniram para comemorar o aniversário da Revolução de 64 e atacar a instalação da Comissão da Verdade, fez com que pessoas saíssem as ruas protestando e representando algum ente que perdeu.
       Comemorar um fato da história que para alguns no Brasil foi a pior das épocas com certeza a sociedade iria às ruas para protestar, como não querem a Comissão da Verdade para revelar o segredo, o povo também tem o direito de aceitar a Comissão e não a comemoração. Querem a verdade, querem ouvir o pedido de perdão, precisa-se da Comissão para saber o que aconteceu, deve haver justiça com todos, com os torturadores e também com os que de algum modo desrespeitaram o Estado naquela época, afastando de todos o cale-se.


Cristiane de Oliveira

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Lobo

     Querer alcançar o poder e o ter mais que os outros, é o que se vive na sociedade atual. Para o filósofo Thomas Hobbes o homem é o lobo do homem, tem os mesmos desejos e necessidades, gerando com isso o estado natural um conflito entre a própria espécie.
     Com o passar do tempo o homem teve e tem um avanço grande em várias áreas. E à medida que avançam em conhecimento e tecnologia rompem sua identidade, seu caráter humano. Pode-se observar no livro "A menina que roubava livros" ou até mesmo na história, durante o governo de Hitler, em que judeus fogem e se escondem para não sofrerem e não serem mortos pelo homem, para que este tenha poder e espaço.
     Outra forma é o dinheiro, que se torna uma ganância e junto uma desigualdade, de se impor e ser melhor. Afetando ainda mais a destruição e aumentando as diferenças com o mesmo, num lugar onde muitos têm pouco e poucos têm muito.
     Mesmo com essas formas de brigas, violência atrapalharem as relações humanas, tem-se a necessidade de uma vida em grupo, pois o homem depende do outro para construir e alcançar o que deseja, seja até mesmo o poder. Esta vida em sociedade é a qual constitui o ser de pensar, tirar conclusões e falar.
     O homem depende do outro, mas a vontade de ser melhor é o que atrapalha, através de guerras ou desigualdades, como foi citado, e é o que diz um trecho da música "O Lobo", interpretada pela cantora Pitty: "Não houve tempo em que o homem por sobre a Terra viveu em paz, desde sempre tudo é motivo pra jorrar sangue cada vez mais, o homem é o lobo do homem".


Cristiane de Oliveira